Com os gestores de saúde sob pressão para encontrar poupanças de tempo e de custos, existem várias oportunidades para aumentar a eficiência nas salas de operações (RUP).
A otimização destas salas envolve múltiplas áreas: desde a redução do tempo de rotação entre cirurgias à obtenção de métricas de eficiência, passando pela gestão de stocks e pelo controlo rigoroso do tempo de utilização, até à gestão de resíduos e a preocupações mais abrangentes ligadas à sustentabilidade. Em todas estas dimensões, há espaço para ganhos de eficiência.
Otimizar a experiência perioperatória significa apoiar os profissionais de saúde com boas práticas, processos e ferramentas que permitam aos gestores hospitalares fazer mais com orçamentos cada vez mais limitados e realizar um maior número de procedimentos de forma eficiente — sem comprometer a qualidade nem a segurança.
Tanto as equipas das RUP como os gestores de saúde referem que enfrentam vários desafios que dificultam o seu trabalho. Entre eles, destaca-se a preparação para a cirurgia: recolher os componentes, instrumentos e equipamentos adequados, organizar o bloco operatório e proceder à limpeza após os procedimentos são atividades particularmente dispendiosas e demoradas.
Acrescem ainda outros fatores que pressionam os recursos disponíveis, tais como:
- Aumento do número de procedimentos e maior pressão para responder à procura;
- Processos de aquisição complexos;
- Cortes na gestão de materiais;
- Escassez de pessoal;
- Custos elevados com horas extraordinárias.
Quantificar os desafios nas RUP
Aumentar a eficiência das RUP é fundamental para apoiar as equipas que nelas trabalham. Reduzir o tempo gasto na gestão de instrumentos e componentes cirúrgicos pode melhorar de forma significativa a produtividade e o desempenho das salas de operações.
Tradicionalmente, as enfermeiras têm de recolher todo o material no armazém e preparar cada procedimento. Outras etapas associadas, como inventariação, requisição, armazenamento e transporte, acrescentam ainda mais tempo ao processo¹.
Em alguns casos, os profissionais de saúde podem gastar até 30 minutos² apenas na preparação dos procedimentos. Consequentemente, as próprias salas de operações acabam por não ser utilizadas na sua capacidade máxima.
O excesso de tempo dedicado à gestão, desembalagem, organização e reposição de equipamentos cirúrgicos reduz o tempo disponível para os cuidados diretos ao doente e para a execução dos procedimentos. Esta situação gera stress desnecessário, diminui a satisfação profissional e dificulta o recrutamento e retenção de pessoal cirúrgico qualificado.
Uma gestão eficaz do inventário da sala de operações pode contribuir para melhorar significativamente estes indicadores.
Aumentar a eficiência das RUP
Hospitais e gestores de saúde em todo o mundo procuram constantemente formas de otimizar os processos internos, de modo a poupar tempo e aumentar a eficiência nas salas de operações.
Os objetivos passam por melhorar os resultados clínicos, garantindo simultaneamente a qualidade e a segurança. Para tal, é essencial utilizar os recursos de forma mais eficiente, reduzir a pressão sobre os profissionais de saúde para que possam desempenhar-se ao mais alto nível e maximizar a utilização das RUP, permitindo a realização de um maior número de procedimentos.
Packs específicos para cada procedimento
Os packs cirúrgicos personalizados para cada tipo de intervenção são adaptados às necessidades das equipas das RUP de cada hospital, que lidam diariamente com esses procedimentos. Estes packs garantem que a equipa dispõe do material certo no momento certo, num formato prático e conveniente.
Facilitam o trabalho das equipas das RUP e têm demonstrado melhorar a eficiência das salas de operações:
- Ao poupar entre 40% e 59% do tempo de preparação, os hospitais conseguem realizar um maior número de procedimentos¹
- Libertam tempo para a equipa: quanto mais componentes forem incluídos num único pack, maior é a economia de tempo em todo o processo, desde a requisição até à gestão de resíduos;
- Como não há desperdício de componentes e é utilizada menos embalagem, a gestão de material torna-se mais económica e eficiente;
- Ao dar aos hospitais maior controlo sobre o seu próprio stock, possibilitam uma gestão mais precisa, com melhor visibilidade do processo e maior capacidade de previsão.
Atualmente, as equipas podem gastar demasiado tempo à procura do equipamento adequado para cada procedimento. A gestão e o armazenamento de stock também são tarefas demoradas. No entanto, quando bem organizados, os packs cirúrgicos oferecem oportunidades claras de eficiência — reduzindo o tempo despendido na preparação, na transição entre cirurgias e na gestão de materiais.
Entre as soluções mais eficazes estão os packs identificados por cores. Este sistema fornece um indicador visual simples, que facilita o armazenamento organizado, permite perceber rapidamente quando os níveis de stock estão baixos e agiliza o reabastecimento, além de simplificar a seleção dos packs antes de cada cirurgia. Isto garante que qualquer membro da equipa hospitalar possa identificar e recolher os packs necessários com facilidade.
Gestão eficiente de componentes
Os requisitos e protocolos cirúrgicos estão em constante evolução. Quando se encomendam componentes em excesso, gera-se desperdício e aumentam-se as ineficiências. Além disso, o espaço é um recurso escasso em hospitais de grande movimento. Por isso, muitos gestores hospitalares têm vindo a implementar processos de gestão de stock mais enxutos.
Ao planear as entregas de equipamentos cirúrgicos de acordo com a procura real, é possível reduzir o desperdício e os custos, garantindo simultaneamente que os componentes adequados estão sempre disponíveis para os procedimentos certos, no momento certo.
